segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cooperação para sim, mas não para todos

Bem, eu recebi uma sugestão de escrever em primeira pessoa e vou passar a adotar essa técnica. Ontem,eu li um artigo em uma Scientific American Brasil que fala que a cooperação entre as pessoas, para por exemplo, arranjar trabalho ou até mesmo arranjar parceiros é muito comum na espécie humana, mesmo nas redes sociais. Um exemplo no mundo animal seria do morcego hematófago que não consegue se alimentar e que outros morcegos regurgitam a comida para ele ou do macaco que faz catação de parasitas nos indivíduos de status mais elevados. No caso dos seres humanos e das redes sociais, podemos exemplificar com aquele casal que torce para outros também se acertarem. Porém e há sempre um porém, isso só é verdadeiro para pessoas que se encontram com frequências como vizinhos e pessoas que fizeram a escola juntos desde a infância, por exemplo. Mas acontece que pessoas como eu, com síndrome de Asperger, são simplesmente "barrados" desses grupos porque de uma forma geral, as pessoas determinam quem são as pessoas do seu circulo mais intimo e não permitem a entrada de pessoas novas, salvo raras exceções. Com isso em mente, eu não consigo me aproximar minimamente das pessoas e além disso, qualquer erro que eu cometa na interpretação social, eu sou "punido", muitas vezes com o silêncio ou o desdém. Queriam que eu entendesse que para aquelas pessoas Aspies que se importam, ignorar ela é a pior punição que você poderia causar. Eu também vejo isso em redes sociais, quando por exemplo, as pessoas demorar para responder nos chats, enquanto que para aquelas pessoas do circulo mais próximo, demoram para responder, mas quase sempre respondem assim que seja possível. Pode não parecer, mas isso é sim uma forma de discriminação. Sabe aquelas pessoas que conseguem arranjar amigos na fila do cinema ou chegam num parque e logo se tornam íntimos de uma pessoa. Pois bem, as pessoas com síndrome de Asperger como eu, não se encaixam nesse padrão e quando são deixadas a própria sorte, tem a tendência de se recolher a seu próprio mundinho, ainda que isso as deixe tristes. Por isso, reflitam sobre isso e sejam mais abertos na questão da pemissão para pessoas "estranhas" se tornarem mais próximas. Desta forma, a rede de cooperação existente na humanidade se aprimorará mais e mais. Porque cooperar entre iguais é fácil, difícil é aceitar o diferente!

domingo, 28 de abril de 2013

Não adianta apenas conviver com o Asperger adulto

Uma das coisas mais difíceis de as pessoas entenderem é achar que dando uma oportunidade para um Asperger e deixando-o em paz, vai estar resolvendo o problema dele. Acontece que existem Aspies que se importam e os que não se importam. De uma forma geral, a variação dentro da síndrome de Asperger tanto em gravidade quanto em características é quase tão grande que a existente nas pessoas neurotipicas (não Aspies). Existem sim Aspergers que vivem num mundo interno quase perfeito, que não tem interesse nas outras pessoas e veem a interação social como uma grande chatice. Mas existem outros que se importam, que querem interagir, mas não sabem como. Dentro desse grupo, existem aqueles que não apenas conseguem amigos com facilidade como se relacionam com seus parceiros até mesmo antes de conhecer a doença. Mas existem outros que não tem tanta sorte; eles são isolados e mantidos afastados do contato pessoal frequente e principalmente amoroso. O que acontece é que o cérebro deles não trabalha muito bem com tentativa e erro. Uma vez que uma coisa da errado muitas e muitas vezes, a tendência do Asperger é voltar a se isolar, além de ficar incrivelmente triste. Ao contrário do que muita gente pensa, não são só as crianças que devem ser estimuladas, mas também os jovens e adultos. E esse estimulo envolve da parte que quer se relacionar com o Asperger, iniciar conversas e até ter gestos de afeto espontâneo, além de chamar para sair e outras atividades. Isso é bem visto no filme Adam, que o protagonista é bem fechado e só sai do "casulo" depois de ser estimulado pela vizinha. Mesmo namoradas ou mulheres são geralmente elas que tomam a iniciativa quando querem se relacionar. Infelizmente com a nossa sociedade extremamente machista, isso não é tão comum e os Aspergers abandonados a própria sorte ficam parecendo o "pior dos seres", por assim dizer. É claro que isso também se aplica a amizades e nesse caso, o problema é o individualismo da nossa sociedade.
Na próxima vez que eu escrever, vou estar detalhando algumas características dos Aspergers adultos que dificultam o convívio social.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sobre a sindrome de Asperger

A síndrome de Asperger pode ser considerado uma espécie de autismo, em que  o intelecto é normal ou até superior ao normal. Também não há problemas graves de mobilidade ou dicção. Eles geralmente aprendem a ler e escrever na época certa ou até um pouco antes. Porém quem tem síndrome de Asperger tem problemas de sociabilidade. Algumas das características mais importantes é não ter a "teoria da mente". As pessoas ditas normotipicas se colocam no lugar da pessoa e sabem como a outra vai reagir dependendo do que ela fizer. Sabem quando falar com uma pessoa vai alegra-la ou chateá-la e em geral, sabem consolar uma pessoa quando ela esta triste. Dai a fama dos Aspergers de serem inconvenientes. Na mesma linha, ele não sabe decifrar a linguagem não verbal. Portanto, não consegue perceber pelos olhos e postura do corpo se a pessoa esta interessada numa conversa ou não, por exemplo. É um problema muito sério porque as palavras correspondem a uma pequena porcentagem da comunicação em si. Muitos Aspergers não toleram contato físico ou ao menos reagem de forma desproporcional. Vários, mas nem todos não entendem ironias e gírias. Eles também tem dificuldade de trabalhar em grupo e com mudanças de uma forma geral. Aquele que tem síndrome de Asperger precisa ter uma rotina para se sentir confortável.
Apenas nos últimos anos, as pessoas tem sido diagnosticadas enquanto crianças, ou seja bem cedo. E portanto, as escolas e as pessoas são mais preparadas para elas até por conhecerem suas limitações. Faz se um programa de treino das habilidades sociais e além do mais, a criança tem o apoio dos pais e de outros parentes. Mas o Asperger adulto foi geralmente diagnosticado tardiamente. Não há tantos parentes para apoia-los e as pessoas não querem de uma forma geral, dar um treinamento social, que deveria ter sido aprendido na adolescência. Portanto,os Aspergers são discriminados e muitas vezes se tornam solitários. Até porque seus interesses são restritos e eles se apegam facilmente a pessoas que os tratam bem.
Essas minhas palavras dão uma introdução ao assunto.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A sociedade esta pronta para os Aspergers?

Em primeiro lugar, devo dizer que aparentemente ela esta pronta por conta de toda a legislação criadas e até devido  a repercussão na mídia. Porém na prática, as pessoas não aceitam muito bem o diferente e além disso, o Asperger não tem um sinal que o caracterize como na síndrome de Down ou outras deficiências mais visíveis. Na maior parte do tempo, o Asperger tem uma aparência normal e consegue lidar até bem com a rotina e os desafios da vida. Porém em certos momentos, ele tem reações inadequadas no que se conhece por surtos. Esses surtos podem ser gritar, se auto agredir, bater mãos e pés ou as vezes apenas uma tendência de isolamento. E muitas pessoas consideram isso "frescura" e simplesmente se afastam dessa pessoa. Mas na verdade o surto é em grande parte, inconsciente. É uma reação reflexa ao que esta sendo considerado uma agressão, real ou não. O autista clássico não consegue ou não quer se comunicar com as outras pessoas. Já a síndrome de Asperger e o autista de alto funcionamento quer se comunicar, mas não consegue muito bem expressar seus sentimentos, o que acaba levando a essas situações de incompreensão.
Amanhã vou detalhar um pouco mais o que é a síndrome de Asperger e que essa situação é diferente para crianças e adultos.