domingo, 24 de março de 2024

Vou dar uma pausa na Viagem ao Nordeste e falar de um assunto muito sério

Muita gente sabe que os autistas sofrem preconceito.O que pouca gente sabe é que autistas de meia idade sofrem ainda mais preconceito.As mulheres, por exemplo, não aceitam coisas como estereotipias, ansiedade e outras comorbidades e não me permitem aproximar, nem mesmo um pouco.Sabendo que eu e outros são autistas, não perdoa o menor erro que seja.Ou seja, eu não tenho nenhuma namorada, nem paquera, nem sequer pretendente, porque elas não permitem que eu tenha qualquer intimidade. A maioria das mulheres simplesmente me ignora, as que não me ignoram me oferecem migalhas de atenção, quando não somem completamente de repente.O problema é que as mulheres partem da premissa que a iniciativa deve ser do homem, elas pensam que se tiverem iniciativa, serão consideradas fracas, fáceis.Só que as minhas iniciativas e também de outros autistas são desastrosas. Não é apenas a questão de não ter habilidades sociais, porque se tiver isso, mas as mulheres não derem abertura, de nada adianta.As mulheres querem sempre pessoas que lhe deem segurança, inclusive financeira, mas para um autista é dificil garantir isso.Esse distanciamento tem se apresentando quase como um "bullying", uma agressão e eu tenho ficado muito estressado com isso. Acontece que eu queria uma parceira para a vida, mas enquanto existir esse preconceito tão arraigado, vai ser dificil, ainda mais na minha idade, de quase 50 anos.

sexta-feira, 8 de março de 2024

Minha aventura no Nordeste-parte 2

Mas a compra do passeio em Maracajaipe, a cerca de 60 km de Natal, foi de surpresa e não gostei de não ser avisado.Estava morrendo de medo de andar em barco e era ainda uma lancha pequena. Levaria 15 minutos para chegar nas piscinas naturais.Depois, pensando bem, acabaria por me arrepender (mais adiante). Eu levei máscara e snorkel.O meu irmão levou um plástico para tirar fotos subaquáticas com celular (mas não adiantou muito).O local do mergulho é conhecido como Parrachos de Maracajau. Depois de ficar um tempo na areia, esperando meu irmão voltou.Ele não gostou da minha recusa e que eu tinha que enfrentar meus medos, viajamos para Araruna.Antes, na estrada, passamos pela entrada da praia de Pipa. Cheguei no dia 12, no 23º Enast, a tempo de pegar a palestra inaugural.Não encontrei ninguém conhecido e a palestra foi sobre o eclipse de 14-10. A noite, tentei tirar fotos do céu com a A3000 e lente 55-210 mm e o celular.Só saiu o céu estrelado, no celular. Olhando no contador de passos do celular, andei mais de 6000 passos. Depois das palestras, tarde da noite, ia ter uma star party na Serra da Boca, mas o caminho era desconhecido e era de noite. Então declinei. Encontrei a Rammony (do Insta, não tinha reconhecido antes), o professor Paulo Leme (conhecido das Lives do Giro Astronômico) e Nicolinha (também das Lives) Assisti a uma palestra que não me interessei muito. Então no patio da Universidade (onde estava tendo o evento), olhei o Sol em hidrogênio alpha, em um telescópio Coronado, mas eu não foquei bem e não vi as proeminências. Então assistimos a uma palestra sobre o "radiotelescópio" BINGO no sertão da Paraiba. Conheci 2 moças de João Pessoa. Outra palestra foi "Projeto Esperança no Espaço", sobre ressocialização no sistema prisional, através da construção de telescópios. Depois do almoço, encontrei as Meteoríticas do Rio de Janeiro. Vi um meteorito na lupa/microscópio. Tirei fotos com Paulo Leme e Amanda Tozi. A noite, observei Saturno (pela primeira vez no ano) em um telescópio de 203 mm e aumento aproximado de 180X. Foi possivel ver os anéis, quase de perfil (estarão de perfil em 2025) Comprei um livro sobre o Observatório da Paraiba por 30 reais. Lolivlet chegou depois de eu ir embora. Ela tinha viajado do Brasil para os EUA, onde assistiu um lançamento de foguete e depois de volta para a Paraiba. Depois de sair da UEPB, fomos a uma festa na praça central de Araruna, onde estava acontecendo um encontro de motoqueiros. Apesar de eu ter esquecido os óculos de eclipse em casa, pela inscrição, deram 2 óculos um artesanal e um da SVBONY, quando assinei meu nome no mural. Deram esses oculos para mim, meu pai e meu irmão. No dia 14/10/2023, finalmente o dia do eclipse anular do Sol. Pouco depois do almoço, finalmente conheci Lolivlet e tiramos fotos. Meu irmão não foi de manhã, no ENAST, foi numa trilha de pinturas rupestres, na própria região da Serra da Boca. Mas ele voltou para ver o eclipse com a gente. Tirei fotos antes do eclipse com o celular, para ver o panorama geral. Tirei foto do inicio do eclipse, com o celular, através de um telescópio Nexstar de 102 mm da Celestron. Havia algumas nuvens atrapalhando.Fiquei tirando varias fotos de cada fase do eclipse com a Sony A3000, lente Sony E 55-210 mm e filtro solar Hoya ND 100000 (5.0) 58 mm. Mas ai a câmera ficou com a bateria baixa e parei um tempo de fotografar. Com a ajuda do óculos SVBONY, tirei uma foto com o celular. Mas depois não saiu mais. Meu irmão tirou foto com o mesmo óculos e um iPhone e ficou sendo a "nossa foto oficial", eu pensei. Então finalmente chegou a anularidade (ápice do eclipse) e eu consegui tirar varias fotos com a A3000 e até filmar por 8s. Foi muito emocionante e uma experiência unica.Nós observamos do teto do prédio da Fisica da Universidade. Depois, ao voltar para a pousada, que fica na Serra de São Bento-RN, porém a poucos kms de Araruna, vi um céu verdadeiramente estrelado, possivelmente com Bortle entre 2 e 3 ou talvez entre 3 e 4, não sei bem.Era possivel ver a Via Láctea. A câmera principal tinha morrido e demoraria muito para carregar e usei o celular para tirar umas fotos de longa exposição (até 2s). Depois peguei meu binóculo 9X63 e vasculhei o céu. Eu lembro de ter visto que eu identifiquei NGC 6231,M6 e M7 (aglomerados abertos em Escorpião), M8, M20, M22 (em Sagitário) e possivelmente M11 (em Escudo). Grande parte dos objetos de deep sky não reocnheci. Infelizmente, logo chegaram nuvens e cobriram tudo. Alcancei 6300 passos, cumprindo a meta diária pelo 3º dia seguido. Mas houve um momento desagradável.No centro da cidade, passamos bem em frente a um show de rock em altissimo volume (e as pessoas ainda gritavam), que me deixou atordoado e as próprias ondas sonoras reverberavam e me faziam mal.Eu não conseguiu nem pensar direito. No dia seguinte, viajariamos para João Pessoa-PB, mas isso fica para a parte 3 (final) Resolvi destacar principalmente as fotos do eclipse