sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Minha companheira, a solidão

Apesar de eu ter ficado otimista, com as minhas interações no teatro e em outros lugares, a situação fundamentalmente não mudou.Aquilo que parecia não ter mais importância, se agiganta e se impõe.Minha companheira, a solidão. Aqui eu falo da solidão amorosa, mas não só. É claro que o bullying é importante e afeta muito a vida da pessoa, mas ser ignorado, bloqueado também dói.É como se aquela pessoa desaparecesse da sua vida, e muitas vezes, sem nenhuma justificativa clara, apenas porque ela se "cansou" de você.Nessa era das relações liquidas de Baumann, as pessoas tomam qualquer aproximação como fúteis e que só são preservadas, se lhe rendem beneficios imediatos.Amizades são varridas do mapa como se fossem nada.Falam que você deve ser sempre você mesmo, mas ser você mesmo, ter as próprias opiniões, significa ser bloqueado, ignorado por pessoas que muitas vezes lhe são muito queridas.Ao mesmo tempo, ja estou a mais de 1 ano, fazendo teatro e eu pensei que iria abrir novas portas, pelo menos varios contatos novos.Quanta ilusão!Estou quase tão sozinho quanto antes de começar. As pessoas tem muitas atividades e reservam o contato pessoal apenas aquelas pessoas mais próximas; mas se for alguém tentando se aproximar, não ha espaço para elas.Então convivo com ela, minha eterna companheira, a solidão.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Novos desafios no teatro

O AUT 5 começou e muita coisa mudou. Para começar, a equipe não esta presente, até o momento.E para mim, significava um apoio muito importante. Uma outra coisa é que os ensaios tem que ser mais extensos e esta sendo ensinado coreografias o tempo todo, sem dar muito tempo de assimilar. Também atrapalha o fato de eu ja ter quase decorado as musicas e coreografias anteriores e agora elas são bastantes diferentes. Alguns quadros são móveis, porque você não sabe a priori, se vai apresentar aquela cena ou não.Ha varios candidatos para uma determinada fala.Isso acaba gerando competição. O medo de errar e perder o lugar passou a existir. De todas as coreografias, a que eu mais gostei, foi Thriller, de Michael Jackson. Até porque eu ja conhecia um pouco o jeitão, por ser fã do finado cantor. No começo, vieram 3 ajudantes do palco e eu imaginava que nas aulas seguintes, viessem as outras.Mas não foi o que aconteceu.Em meados de outubro, veio uma delas, mas na aula seguinte, ela ja não veio.E como a peça esta praticamente montada, não sei se elas vão participar da peça em si. É tanta coisa a ser ensinada que tem que se ensaiar um pouco pelo menos, em casa.Os textos no geral, são bem curtos. A nossa apresentação vai ser no mesmo teatro do AUT 4 e vai ser em março de 2019 .

terça-feira, 31 de julho de 2018

Eclipse da Lua

Eu ja tinha visto e fotografado outros eclipses, mas esse foi o que melhor acompanhei, além de estar com um equipamento melhor. Eu vi esse eclipse mo Museu Exploratório de Ciências (antigo Observatório a olho nu), na Unicamp, em Campinas. Chegamos por volta do por do sol.Um pouco depois do sol ficar atrás dos prédios e começar a escurecer, eu vi Marte, do lado oposto.Sabia que por Marte estar em oposição, a Lua deveria aparecer logo.Parecia haver uma névoa no horizonte, que desanimava um pouco. Então, instantes depois, apareceu aquela Lua vermelha, inicialmente bem fraca e bem baixa, mas que vou ficando mais evidente conforme ela subia.Mas da fase total mesmo, não foi mais que 10 minutos.As 18h13, começava a fase parcial. No inicio, a Lua aparentava-se com um brilho branco ou amarelo apenas bem embaixo (mais perto do horizonte) e o resto da Lua permanecia avermelhado.Esse tom foi se esmaecendo, até chegar ao ponto que começaram a aparecer as feições da Lua na parte brilhante.Só que fiquei um bom tempo, com o ISO alto e tempo de exposição também alto, então peguei a fase parcial com minha câmera Sony A3500, mirrorless, quase na metade. O que se destaca principalmente é Tycho e seu sistema de raias brilhantes. O eclipse parcial terminou as 19h19.A partir dai, começou o eclipse penumbral em reverso, mas esse é tão sutil, que só mesmo com telescópio para perceber.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

4 dias acompanhando a Lua

Eu me mudei para São Paulo em meados de março. Passei a morar no vigésimo segundo andar, com um horizonte incrivelmente amplo.Infelizmente, eu só consegui trazer parte dos meus instrumentos e apenas um telescópio de 80 mm, só que ele esta com problemas para encaixar no tripé.Então eu "improvisei" e acompanhei a Lua com a cêmera e zooms entre 11 e 30X.Eu usei 2 cêmaras, umas Canon SX 510 HS, que é uma bridge e uma Sony Alpha ILCE 3500J (também chamada de A3500) e que é uma mirrorless.A qualidade de imagem de uma mirrorless é similar a de uma DSLR. No primeiro dia, uma surpresa, consegui pela primeira vez, flagrar a Lua pouco mais de 1 dia depois da Lua nova.Nunca havia fotografado uma Lua tão cedo.Como bônus, era possivel ver Vênus bem próximo. Antes disso, a Lua costuma aparecer só de dia, esta muito perto do sol e é quase imperceptivel.Para se ter uma idéia, nesse dia, a Lua estava apenas 4% iluminada e os outros 96% eram visiveis fracamente com a luz cinérea. No segundo dia, Vênus estava mais afastado.Ja era possivel ver algumas crateras e eu alternei exposição longa (para mostrar o lado não iluminado da Lua) com curta (para mostrar os acidentes selenográficos.Mesmo nesse segundo dia, o Mare Crisium, que é oval, era só parcialmente visivel. No terceiro dia, Mare Crisium ja aparece quase completamente.Algumas crateras se destacam como Petavius, Langrenus, Cleomedes, Proclus. Vênus ja não aparecia mais no mesmo campo visual. No quarto dia, ja aparece mais mares e multiplas crateras, inclusive um trio de crateras, perto do centro do disco.Também aparece a cadeia de montanhas Rupes Altai. Depois desses 4 dias, eu continuei acompanhando a Lua até pelo menos o sétimo dia de lunação, porém falhei em um dos dias. Então esse post foi para destacar os 4 primeiros dias de lunação.Vale destacar que a lua cinérea continua bem visivel até o terceiro dia. Abaixo, imagens representativas, do primeiro ao quarto dia de lunação (de cima para baixo)

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Minha experiêncial atual com o teatro

Desde junho de 2017, aproximadamente, participo do grupo AUT 4, da Oficina dos Menestréis.Nesse grupo, ha de tudo desde autistas bastante comprometidos até Asperger, interagindo todos juntos;São em geral, pessoas muito mais novas do que eu, até mesmo as/os ajudantes de palco.Foi muito estranho no começo, até porque precisa lidar com coisas como luzes fortes, escuridão, musica alta e contrastes a respeito disso. A outra dificuldade que eu tive é que se trata de um exercicio coletivo, então precisa sincronizar suas ações com as do grupo.Não se trata de uma cena que você faz, com um detaerminado personagem. Comparado com aminha experiência anterior, em Santos, que eu tinha que declamar uma poesia, foi bem diferente. No inicio, as aulas eram mais curtas e havia toda uma parte de aquecimento tanto do corpo quando da voz. Depois isso vou diminuindo e privilegiando a encenação da peça em si. Eu comecei a interagir mais com o grupo e embora não tenha sido uma experiência completamente nova para mim, foi bem gratificante.O pessoal do teatro é bem amigo e compreensivo. Teve também outras frustrações, tais como mandar um texto para você decorar, mas acabar sendo utilizado por outra pessoa.Outra coisa é que eu façao uma cena chamado os amadores.Originalmente seria 6 cenas e se reduziu para apenas uma. Nosso figurinho é simples, basicamente é a camiseta do AUT. Depois teve que lidar com algumas saidas, principalmente de ajudantes de palco.Mas o entrosamento foi muito grande, mesmo assim. Até março desse ano, eu morava em Santos e tive que fazer um certo sacrifico de descer a serra todo sábado e eu só falhei em poucas vezes. É uma experiência muito boa, pena que é curta e que para algumas pessoas que entraram depois, não ha muito tempo para conhece-las melhor. Eu ja fiz a estréia no ultimo sábado.Espero que as próximas apresentações também sejam boas e até melhores e se tudo der certo, estarei no AUT 5.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Contextualização da hipersensibilidade sonora

O Asperger tem uma sensibilidade muito grande a sons alto e principalmente agudos.Mas se esse som não é repentino, pode se acostumar a ele.O som de gritos ou de uma música que aumenta o volume de repente, leva a uma reação reflexa de susto e também as vezes de pulo.É possivel que uma das razões de a maioria dos Aspergers não gostar de multidões é por causa do murmurio causado por dezenas ou centenas de conversas simultâneas.No nosso caso, quando se esta com um volume muito alto no ambiente, não se consegue conversar direito e nem ouvir o que as pessoas falam. Além do mais, sons muito altos ou repentinos causam também alteração no sistema vestibular do ouvido, ou seja, o da posição e equilibrio.Isso acaba levando a náuseas e tontura. Sons muito altos não são absolutos, portanto quando estoura um rojão bem na sua cara ou a poucos metros de você é bem menos tolerável do que assistir a queima de fogos,a algumas centenas de metros de altura, liberados de forma pausada e controlada, como eu o fiz no final do ano passado. Não são todos os Aspergers que se sentem assim, mas o choro repentino de um bebê,parecendo uma sirene, também causa desconforto; E é interessante que mesmo sabendo que o volume de uma voz vai se elevar, como no caso de uma cena em uma peça de teatro, a sensação de susto sempre ocorre para aqueles mais sensiveis. O problema é que muitas pessoas gostam de ouvir musica alta em headfones, vão a shows e também a danceterias.São meio raras, as pessoas que gostam de ambientes mais tranquilos, como barzinhos, parques.Isso acaba limitando a interação com seus pares.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A dificuldade da inserção do autista numa nova realidade

Primeiramente, eu lamento por ter demorado tanto para escrever de novo.Minha idéia era escrever pelo menos uma postagem por mês, mas acabei não seguindo o cronogramas, por uma série de atibulações que eu tive. Recentemente, temos visto que não tem diminuido muito o preconceito contra pessoas do espectro autista.É bem verdade que ela tem sido mais velada, mas ainda existe Um dos desafios mais recentes é com relação ao novo "feminismo" e a questão da atualização da Etiqueta.No ultimo Globo de Ouro, aparaceram varias atrizes vestidas de preto, adeptas do movimento "Me too".Elas denunciam o assédio e para saber se é assédio ou não, o homem só precisa ver se é consensual ou não. Para saber isso, é preciso ver os gestos e sinai e isso um autista, Asperger ou pessoa do espectro autista tem muita dificuldade de ver. Então ele pode ser paquerado, que pode não perceber e essas adeptas do novo "feminismo" não admitem segundas chances. Essas mesmas, com medo do assédio sexual e moral e de parecerem fáceis, tem cada vez menos iniciativa. Então elas querem que os individuos adivinhem se ela quer a aproximação ou não, antes mesmo de abordar ela.Isso acaba dificultando ainda mais na possibilidade de pessoas do espectro autista terem um relacionamento amoroso. Existe um movimento de mulheres, capitaneados por Catherine Deneuve, que é contra isso e contra a cultura do "denuncismo", porém esse movimento é minoritário. Se torna um mundo complicado em que qualquer elogio, esbarrão ou encontro de olhares pode ser denunciado.Isso leva aquele do espectro autista a uma tendência ainda maior de ser solitário e se isolar, pelo medo de ser acusadoe até punido. Alguém pensa em alguma solução para isso?