domingo, 22 de outubro de 2023

Questões sensoriais

Esse ano, eu viajei para o Nordeste de 10 a 17 de outubro. Minha primeira dificuldade foi com voltar a andar de avião depois de 8 anos.A questão da aceleração, desacaleração e turbulência me incomodaram um pouco. Primeiro, era para eu ter andado de barco nos Parrachos de Maracajaú, em Maxaranguape, próximo a Touros (RN); mas como falaram que seria de lancha, eu lembrei da terrivel experiência em 2015, na volta da praia do Carneiro, próximo a Porto de Galinhas (PE), em 2015, fiz uma "cena" e não fui. Quando eu fui andar de barco,mais uma vez falaram em lancha, mas arranjaram um barco médio. Mas durante o trajeto,também me incomodou, porque quando o barco balança muito, eu perco o referencial "chão" e fico enjoado; mas dessa vez não apavorei (o que foi uma pequena vitória para mim), na praia de Tambau, João Pessoa, nas piscinas naturais conhecidas como Picãozinho, tive problemas para flutuar e respirar com o snorkel.Eu não estava acostumado e toda hora, eu parecia que ia ficar afogado e me apavorava. Mas o pior de tudo foi numa noite na pequena cidade de Araruna, no interior da Paraiba, de onde observei o eclipse anular do Sol, com sucesso. Eu passei ao lado de um palco com um som muito alto, e as próprias ondas sonoras reverberavam no meu corpo.Fiquei quase surdo por uns instantes e não conseguia nem pensar direito.Só queria saber de sair de lá o mais rápido possivel. Resumindo, apesar da questão social e de comunicação serem muito importantes, notei que as questões sensoriais também ja.É uma pena que limite os ambientes que eu possa ir, mas eu preciso saber quais são esses limites.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

A respeito dos trotes

Eu venho acompanhando a situação dos trotes na faculdade de Medicina da UNISA e me lembrei que também fiz faculdade de Medicina na USF, em Bragança.Esses alunos da UNISA e também de outras faculdades, dizem ser "obrigados" a participar dos trotes pelos veteranos e portanto, seriam discriminados, não poderiam ir a festas, jogos, etc.Pois bem, eu praticamente não participei de festa nenhuma, se é que participei de alguma e sim, fui excluido de varias atividades e até da proximidade das pessoas.Mas eu achava isso "normal" e achava as festas muito chatas. Anos depois, entrei na Biologia da Unicamp e basicamente nada mudou. Continuei praticamente não indo em festas ou jogos e não tive nenhum calouro "filho".Então aos 23 anos, me descobri portador da sindrome de Asperger, atualmente chamado de autismo nivel de suporte 1 pelo DSM. Mas apesar disso, eu entendo um pouco os estudantes da UNISA e das outras faculdades.Eu fiz a opção por não participar, mas o resultado final é que atualmente só tenho 1 amigo daquela época e praticamente não tenho atividades em comum com ninguém.Sera que tivesse alguns dos alunos "calouros" autistas, eles também se sentiriam obrigados?

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Contando mais um pouco

Recentemente, eu fiz uma cirurgia de vesicula, mas sai do hospital no mesmo dia. Demorou mais de 1 mês, no entanto, para voltar minha dieta praticamente ao normal.O que eu ainda estou evitando é frituras em excesso, muitos condimentos e embutidos de uma forma geral. Talvez vocês não saibam, mas eu sai do AUT.Não me sentia muito bem naquele ambiente e a saida de varias pessoas me desanimou muito. Eu até vou voltar a ver uma peça amanhã, mas não tenho mais interesse em intepretar. Dito isso, eu sei que muitas pessoas dizem ter azar em relacionamentos, ter o "dedo podre", tanto em amizades quanto em romances.No entanto, meu caso é bem diferente.A pessoa (mulher) nem mesmo me conhece e ja me rejeita. Ninguém da a menor oportunidade de eu mostrar o que eu tenho.Então, apesar de meu autismo ser nivel 1, eu não tenho uma vida normal, sofrendo muito preconceito, eu diria até demais. Em outubro, eu vou participar de um encontro nacional de astronomia (Enast), na Paraiba, e lá vai haver pessoas com os mesmos interesses que eu, em grande parte.Até hoje, esses encontros nunca tiveram um grande resultado em termos de aumentar os contatos e me aproximar das pessoas.Sera que dessa vez, sera diferente?

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Ainda falta muito para eu ser independente

Eu ainda tenho muita dificuldade de me localizar e até de indicar um lugar para o UBER/táxi me levar.Meu pai que arruma minhas roupas. Muitas vezes eu tento me arrumar sozinho e me machuco. Eu sei que estou precisando de treinamento de habilidades práticas.De habilidades sociais nem tento, porque ninguém me da uma chance, nem ao menos parcial, tipo começar a conversar.Eu tenho dificuldade de ajustar minha postura, mesmo quanto estou sentado.

sábado, 26 de agosto de 2023

Mais problemas

Eu agora ja estou com 47 anos e ja tenho consciência de algumas coisas que acontecem na minha vida.Eu fui diagnosticado muito tarde, com 23 anos.Mas eu nunca tive um relacionamento amoroso, nem mesmo o começo de um.Basicamente o que acontece é que as pessoas (principalmente as meninas) "aceitam" o autismo, mas não as comorbidades.A minha comorbidade mais importante é a ansiedade. Simplesmente, todas as vezes que eu tento me aproximar de uma garota ou mulher, quando eu começo a conhecer elas, as moças vão embora sem dizer nada, antes que se crie qualquer tipo de intimidade.Isso ocorre com todas até agora. Nunca foi diferente.Por exemplo, a ansiedade faz eu mandar muitas mensagens insistentes até que a pessoa me responda.Só que em vez de fazer isso ou explicar que minha atitude incomoda elas, preferem o mais fácil, que é simplesmente me bloquear.Essa insensibilidade tem me deixado bem estressado, até porque as chances quando aparecem, são bem poucas.Eu não tive a sorte que outros autistas tiveram, que conseguiram namorar, ou então constituir familia, casando e até tendo filhos.A minha idade relativamente avançada faz tudo ser bem mais dificil, sofrendo outros tipos de preconceitos.A pior parte disso é que quando gosto de uma garota, eu me apego muito a ela.E agora, não tenho nada, parece que estou no "vazio". Muita gente poderia sugerir sites de relacionamento, mas eu ja tentei varias vezes e não deu certo. Pelo contrário, eu recebo muito mais pensagens de preconceito do tipo "Você esta velho e acabado". Eu também preferia que um eventual processo de conquista fosse o mais espontâneo possivel. Não sei bem o que fazer e queria saber se mais autistas ja passaram por essa situação.