sexta-feira, 14 de junho de 2013

Interpretação de sinais sutis

Na verdade, a sociedade é muito cruel. No nosso caso, a maioria das pessoas nos olha com desprezo ou indiferença. E das poucas que não olham assim, muitas vezes se interpreta mal a pessoa. O mais certo seria que as coisas ocorressem naturalmente e que acontecesse química por exemplo, entre pessoas do sexo oposto. E para pessoas como eu, que não tem essa sorte, fica o trabalho de tentar interpretar sinais de que alguma garota esta interessada, só que essa interpretação, por meio da lógica, que é o meio que os Aspergers tentam entender o convívio social é cheio de armadilhas. Por exemplo, numa experiência pessoal minha, buscando esquecer situações sofridas a alguns meses atrás, tentei me aproximar de uma menina aqui na minha nova cidade. Parecia que estava tudo certo. Ela sorria quando me via, sem mal me conhecer. E até mesmo quando eu tirava fotos dela. Além disso, ela almoçava sozinha e saia da mesma forma do restaurante e parecia super simpática, chegando com o tempo a me cumprimentar espontaneamente e até a se alegrar de me ver. Só que eu sentei na mesa co ela e descobri que não apenas ela era comprometida, como ela não queria nem mesmo a minha amizade. Então foi mais um furo n´água. Ora essa, porque ela agiu daquele jeito então, antes? Porque as mulheres passam falsos sinais de interesse para os Aspergers. As pessoas com síndrome de Asperger, na sua maioria, não tem a intuição que os ditos neurotipicos, que apenas através do olhar, conseguem saber como estão no jogo da sedução e muitos Aspies não tem a sorte de ter aprendido essas coisas na adolescência. No meu caso, por exemplo, sempre me trataram como "café com leite" e em brincadeiras idiotas no colchão,eu sempre era colocado de lado. Também praticamente ninguém me tirava para dançar ou me convidava para festas. Minha sugestão é que as pessoas procurassem ser um pouco mais claras e se não estão afim, simplesmente ignorem. Porque afinal, muitos Aspies não tem a sorte da mulher tomar a iniciativa de um relacionamento ou de alguém estar dispostos a ensina-los. A terapia e os remédios acabam servindo apenas como paliativos.